No dia 21 de abril de 2010 foi assassinado brutalmente José Maria Filho, conhecido por Zé Maria do Tomé, líder comunitário e ambientalista, assassinado por denunciar as consequências da pulverização aérea de agrotóxicos e irregularidades na concessão de terras no Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi, localizado na Chapada do Apodi, entre os municípios de Limoeiro do Norte e Quixeré.
Sua morte o tornou um símbolo na luta contra o uso de agrotóxicos na Chapada do Apodi e na região do Baixo Jaguaribe, agregando movimentos sociais, universidades e setores do judiciário, como o Ministério Público do Trabalho, que colocaram em evidência os problemas socioambientais dessa região.
O caso do assassinato de Zé Maria do Tomé foi acompanhado pela Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo (CNCVC), pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDH) e pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Devido a pressões sociais e ao acompanhamento de advogados ligados à Rede Nacional de Advogados (as) Populares no Ceará (RENAP/CE), o inquérito policial passou a ser conduzido pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil do Ceará e acompanhada pelo Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).
Na próxima semana, no período de 20 a 25 de abril, será realizada a V Semana Zé Maria do Tomé, com uma extensa e diversificada programação que discutirá os conflitos socioambientais no Ceará e no Rio Grande do Norte.
Vejam alguns destaques da programação:
a)      Na noite do dia 20 será realizado o debate “Água, direito e participação: Água do Aquífero Jandaíra”, na Comunidade do Tomé, a partir das 18h.
b)      No dia 21 será realizada a Romaria dos Mártires, no Acampamento Zé Maria do Tomé, na Chapada do Apodi, a partir das 15h. Em seguida, haverá Ato no local em que Zé Maria foi assassinado e caminhada até o Tomé, encerrando-se com a Celebração dos Mártires.
c)       Na tarde de quarta-feira (22) ocorrerá a mesa-redonda “Direito à Terra e Reforma Agrária Popular”, que contará com a participação de Zé Ricardo (MST), Profª Sandra Gadelha (MAIE/LECAMPO/FAFIDAM), Claudemir Martins (UFPE) e representante da RENAP, no Restaurante Universitário da FAFIDAM. No mesmo local, às 20h, haverá a palestra “Estado e injustiça ambiental”, proferida pelo deputado estadual Renato Roseno, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
d)      “Mulheres, Saúde e Território” será o tema da mesa-redonda que contará com a participação de Lourdes Vicente (MST), Socorro (Comunidade Tomé), Representante do TRAMAS e da Profa.  Maria da Conceição, do Curso de História da FAFIDAM, a partir das 8h, do dia 23. À tarde, às 14h, haverá Roda de Conversa com os movimentos sociais do Ceará e Rio Grande do Norte: MST, Cáritas, CSP Conlutas, Anel, OPA, Movimento 21, TRAMAS (UFC), LECAMPO (FAFIDAM/UECE) e demais movimentos populares interessados. A partir das 19h será a vez da mesa-redonda “Violência de Estado, repressão aos movimentos e luta pela desmilitarização”, com representante do MST, Pedro Neto, Prof. Giovani Jacó (MAPPS/UECE) e Profª. Ana Vládia Cruz.
e)      Na sexta-feira (24) haverá Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Ceará, com o tema A utilização intensiva de agrotóxicos no Ceará. A audiência será transmitida por vídeo conferência na Sala de Multimídia da FAFIDAM, a partir das 14h. Às 19h será lançado o livro Agrotóxicos e Luta de Classes, de Luiz Felipe de Farias. Logo em seguida, às 20 horas, terá inicio o Seminário “50 ANOS da Educação Popular: educação como ato político”, encerrando-se as atividades do dia com um show de Eugênio Leandro.
f)       A V Semana Zé Maria do Tomé será encerrada em Angicos/RN, com uma visita ao Memorial 50 Anos de Educação Popular e a finalização do Seminário “50 ANOS da Educação Popular: educação como ato político”, com a participação de professores da UFERSA e da UECE.
A V Semana Zé Maria do Tomé é fruto da mobilização e organização do Movimento 21, comunidades da Chapada do Apodi, Cáritas Diocesana, CSP CONLUTAS; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, OPA, TRAMAS/UFC, ANEL, Diocese de Limoeiro do Norte, Paróquia de Quixeré e PET e C.A de História, MAIE e LECAMPO/FAFIDAM/UECE.
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