Protesto das comunidades de Ipú e Maracajá,
na chapada do Apodi, para permanecerem
 nas vilas
 Limoeiro do Norte. No Ceará, o Dnocs está realizando um trabalho de demarcação das terras em áreas de perímetros irrigados, e a consequente regularização fundiária. No Estado, existem 38 perímetros irrigados gerenciados pelo Dnocs. Em pelo menos 33 deles existem problemas de ordem fundiária envolvendo comunidades. As famílias que moram, ainda que tradicionalmente, nestas áreas da União, terão que sair. Até projetos sociais para substituição de casas de taipa correm o risco de se perder. Em Sobral, Morada Nova e Icó, comunidades que já desenvolvem áreas produtivas, temem que a demarcação chegue até os locais.

O Dnocs sugere que as Prefeituras Municipais comprem os terrenos. Em Limoeiro do Norte, moradores de Ipu e Maracajá, comunidades da Chapada do Apodi, realizam protestos em que temem pela expulsão. A indefinição até hoje é o que lhes atormenta. Em alguns perímetros, como o de Morada Nova, têm mais de duas décadas. No entorno, várias comunidades foram se afixando, geralmente com anuência do próprio Governo Federal, com o objetivo de afixar o homem no campo.


As vilas foram se formando e crescendo, na medida em que as áreas de produção agrícola também foram aumentando e precisando de mais gente para trabalhar. "Muitos distritos foram formados numa época do governo em que a preocupação era que o homem permanecesse no campo. Isso foi conseguido, mas acabou gerando outro impasse", admite Rennys Frota, diretor de produção do Dnocs. É ele quem está à frente das negociações envolvendo o órgão federal e as comunidades com risco de desapropriação.

Matéria publicada no Diário do Nordeste. Para ler a matéria na íntegra clique aqui.