A professora da Faculdade de Veterinária (Favet), da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Déa de LimaVidal, teve livro baseado em dissertação de mestrado publicado na Alemanha e compartilha com a comunidade ueceana a sua alegria:
"Acaba de ser publicado na Alemanha o primeiro livro sobre a mulher camponesa do semiárido do Ceará. Estou exultante!
Esse trabalho está baseado em dissertação de mestrado que orientei no âmbito da linha de Pesquisa em Desenvolvimento Sustentável do Mestrado Acadêmico em Logística da UFC, onde sou docente permanente.
O interessante é que quando a editora nos procurou, a OmniScriptium de Saarbrücken (Alemanha), ficou pactado que seria em língua portuguesa a publicação, pois foi a Alemanha o primeiro país europeu a criar curso de Língua e Cultura Portuguesa a nível universitário. Isso gerou uma relação de respeito e admiração intelectual por nossa língua e cultura o que se refletiu nessa decisão editorial conjunta conosco.
O livro trata do estudo da participação econômica da mulher rural de Tauá (Ceará) e é assinado pela mestra Marciana Lima e por mim (ISBN 978-3-8417-1952-2).  São 177 páginas nas quais se discorre de maneira concatenada sobre as Bases Conceituais Marxistas da Agricultura Familiar, o Trabalho da Mulher Rural inserido naquela e a Micro logística aplicada a empreendimentos de Base Econômica Familiar. Esse arcabouço permite na última parte do livro, afunilar e fundamentar o estudo de campo original e multicaso sobre 75 camponesas representativas dos Inhamuns no que diz respeito à resistência feminina produtiva em períodos de seca.
Foi observado que o trabalho das mulheres rurais é predominantemente mais complexo quando comparado com o dos homens em regiões semiáridas, pois além de serem responsáveis pela realização de tarefas produtivas específicas com os não ruminantes (aves e suínos) partilham, em diferentes graus de responsabilidade outras tarefas rurais relacionadas com ruminantes (bovinos, caprinos e ovinos) e trabalho agrícola típico, como cultivar cereais.
As implicações deste estudo para a política pública nordestina e em particular para a cearense referem-se à necessidade de se considerar os recursos e conhecimentos das mulheres rurais de regiões semiáridas desfavorecidas na definição dessas políticas.
Pesquisa aplicada e cursos de especialização participativos para a melhoria de tecnologias adaptadas devem ser desenvolvidos pelo Estado para agregar valor e fortalecer os componentes endógenos ao sistema microeconômico controlado pela mulher rural.
O reconhecimento e valorização do trabalho microeconômico feminino no Ceará semiárido certamente contribuirá para manter e fortalecer as próprias mulheres e suas famílias nestes regiões ecológica e economicamente vulneráveis e assim, garantirá a segurança alimentar dessas populações humanas."

Fonte: Assessoria de Comunicação da UECE