O Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Nead/MDA) promove, nesta quarta-feira, 25, às 16h, o lançamento do livro Censo 2006 e a Reforma Agrária: Aspectos metodológicos e primeiros resultados, de autoria de Vicente P. M. de Azevedo Marques, Mauro Eduardo Del Grossi e Caio Galvão de França. O evento acontece em Vitória (ES), durante o 50º Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober).
O Nead manterá um estande no congresso para estabelecer um diálogo com pesquisadores que se relacionam com os temas propostos pelo evento. “O espaço é uma forma de divulgar a produção do Nead e incentivar, de forma privilegiada, reflexões acerca de pesquisas sobre reforma agrária e desenvolvimento rural”, explica o coordenador executivo do Nead, Guilherme Abrahão. O lançamento do livro contará com a presença de um dos autores, Mauro del Grossi.
A publicação faz parte da série Nead Debate e visa delimitar o universo dos beneficiários dos assentamentos da reforma agrária, destacando parâmetros como unidade de análise, origem dos estabelecimentos, condição do produtor em relação às suas terras, forma de obtenção das terras e localização dos projetos de assentamento. A partir dessa definição e da combinação de variáveis censitárias, o livro apresenta dados quantitativos agregados e comparativos por unidade da Federação, região e do país, situando esse universo em relação ao conjunto do setor agropecuário abordado no Censo 2006, o mais recente.
“O livro é uma pesquisa que permite um olhar do Censo 2006 para o estabelecimento de novas diretrizes que organizem e possibilitem novas análises sobre a reforma agrária. Esse lançamento é muito estratégico porque são pesquisadores do meio rural que poderão utilizá-lo como fonte para suas próximas pesquisas”, ressalta Abrahão.
A partir de um minucioso estudo foi possível identificar, nos registros do Censo Agropecuário 2006, aqueles relativos aos assentamentos da reforma agrária e do crédito fundiário. Foram identificados 598 mil unidades produtivas, o que correspondia a cerca de 80% dos assentados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Crédito Fundiário naquele ano. Estas unidades produtivas ocupavam uma área de 29,5 milhões de hectares, equivalente a 12% dos estabelecimentos e 9% da área abarcada pelo Censo Agropecuário 2006. Estes registros abrangem os assentados do Incra e do Crédito Fundiário, as comunidades rurais tradicionais (quilombolas, extrativistas e outras), as populações ribeirinhas e os atingidos por barragens, entre outros.