Os estudos sobre os agrotóxicos, trabalho e saúde, contidos neste livro, trazem reflexões sobre a cadeia produtiva do agronegócio que transformou o agro (agrícola) em negócio que visa lucro imediato da exploração da natureza e do homem, sem medir consequências ou se responsabilizar pelos impactos na saúde-ambiente. As pesquisas refletem uma oportuna interpretação de Marx – o trabalho é o movimento das forças físicas e mentais para transformar a natureza com a finalidade de manter a vida ou melhorar sua qualidade, porém, a mais-valia, o lucro e a usura dos capitalistas, os transformaram em mercadorias que induziram os citados acidentes de trabalho, as intoxicações agudas e crônicas por agrotóxicos e fertilizantes químicos, as poluições das águas, do ar, da chuva, dos alimentos e do leite materno.O livro ainda mostra que as comunidades afetadas e pesquisadores resistem a esta destruição e estão construindo modelo agroecológico sustentável que se contrapõe  ao modelo do agronegócio vigente no Ceará, no Mato Grosso, no Brasil e na América Latina. A leitura servirá de estímulos para a implantação da "vigilância do desenvolvimento" e para nossa "Campanha permanente contra os agrotóxicos e pela vida".
Wanderlei Pignati: professor do Instituto de Saúde Coletivo da Universidade Federal de Mato Grosso